terça-feira, 20 de março de 2012

Relatos das Entrevistas


Relato – 01 ( neto do Sr. Francisco T. Calheira )

Em entrevista o Sr. Francisco Eugenio Trozzi Calheira, neto do Sr. Francisco Teotônio Calheira filho do Sr. Ubirajara Calheira, relata que o seu avô, nasceu no povoado do Km 5, hoje povoado de São Benedito, município de Nilo Peçanha, migrou- se para a cidade de Gandu, fixando moradia e no povoado de Palmeiras, montou sua primeira casa comercial de secos e molhados e compras de produtos da região. Adquirindo depois outras propriedades agrícolas, como por exemplo: Fazenda Cedro, Fazenda Formosa, Fazenda Jutacy, Fazenda da Pecuária no Entroncamento de Laje, todas estas propriedades de grande extensão rural, com pastagens, plantações de seringueiras, cacaueiros e bananeiras.
Anos depois, por ter um espírito empreendedor o senhor Fancisco T. Calheira se uniu a dois sócios um por nome de senhor Antonio Figueiredo de Almeida e montaram uma empresa a Calheira Almeida Compra de Cacau.
Conta que as terras da fazenda São Serafim foram adquiridas através de herança pertencente a sua avó a senhora Rosenita Calheira e dos seus irmãos Edvaldo Caribé, Djalma Caribé, Diva Caribé, Belinho Caribé. Por volta da década de 60, todos os irmãos da senhora Rosenita venderam partes da herança das terras que lhes pertenciam para o senhor Francisco T. Calheira.
Segundo o seu neto senhor Francisco Eugenio T. Calheira, o loteamento das terras da fazenda São Serafim aconteceu por livre e espontânea vontade através de doações para o município de Gandu.
No ano de 1989 no dia 12 de novembro, em um acidente automobilistico por ironia do destino dentro das suas próprias terras na Palmeira, o senhor Calheira como era mais conhecido veio a falecer no mesmo carro com sua esposa. Passando assim os herdeiros a administrar todos os bens hora deixadas como heranças.


Relato - 02 (Sr. Edvani S. Pinheiro – morador da Rua São Serafim)
Comenta o senhor Edvani: Quando eu aqui cheguei com minha família só havia o primeiro morador da rua, o Sr. João Ferreira da Silva, conhecido por Jão Ferreira, pelo fato dele trabalhar fazendo ferragens.
Lembro-me que as primeiras casas foram construídas próximas as margens do rio. Foram chegando outros moradores como: o Sr. Odilio Mello e sua família, Sr. Mauricio Ferreira (filho de Sr. João), dona Maria Preta que trabalhava como lavadeira de roupas, essa senhora tinha dois filhos pequenos na época, o menino por apelido de Nade que era um dos garotos com que eu brincava de gudes, fazer carrinhos com latas, tomarem banho no rio, entre outras brincadeiras. Também chegaram e construíram suas moradias a senhora Flordenice Alves, o Sr. Teodoro (matador de porcos), que comercializava a venda carnes e fatos (vísceras dos animais) aos sábados na feira.
Depois veio chegando o Sr. Viturino J. dos Santos, José Gringo, Srª Adélia do fato, Sr. Nelson do porco, Dadá do porco, Baba pedreiro, dona Bazu, Sr. Linduarte Marinho, o Sr. Cladionor Sales, o Sr. Silvestre Macedo, Srª Antonia lavadeira, Sr. Antonio Fonseca da Paixão, Sr. Genezio de Souza e a construção do Sindicado Rural de Gandu, onde funcionava um posto médico e odontológico para atender os trabalhadores rurais da região. A maioria desses moradores foi embora ou já faleceram.
A rua São Serafim faz limite com rio Gandu e os bairros: Teoteonio Calheira e Eliseu Leal, a ladeira que dá acesso a rua Manoel Libânio, o Birreiro, a rua Caribé onde funcionava a antiga CEPLAC e centro da cidade. Sendo vias de acesso para rodovia que liga a cidade de Gandu com as cidades de Nova Ibiá, o distrito de Palmeiras (pertencente ao município de Wenceslau Guimarães), Itamarí e Ipiaú.
A Rua São Serafim é bem localizada, fica próxima ao Banco do Brasil, da Prefeitura Municipal, do Mercado Municipal e a praça da feira, do Hospital Nelson D. Ribeiro, de escolas e grande parte do comércio local.
Hoje é uma rua pavimentada, com saneamento básico e coleta de lixo regularmente, mas mesmo assim requer uma melhoria, pois temos o rio Gandu próximo e que precisa ser drenado, para evitar as muriçocas e transmissão de outras doenças.
Devido o progresso no decorrer dos anos, a rua hoje apresenta certas desvantagens como um trânsito mais intensivo, e muito barulho, deixando de existir a tranqüilidade de antigamente em que se podia sentar a porta de casa e vê as crianças brincando na rua.
Relato – 03 (moradora da rua - Nita Gonçalves) .

Segundo relatos da Srª Nita Gonçalves, esposa do Sr. Odilio Gonçalves (falecido), moradora da rua São Serafim há 42 anos, conta que veio da cidade de Santas Inês com 04 anos de idade em companha dos pais para morar na cidade de Gandu. Aos 06 anos de idade foi morar com a família Caribé. Aos 14 anos de idade conheceu o sr. Odilio com quem casou.
A principio foram morar na Fazenda Formosa de propriedade do sr. Francisco T. Calheira. Mais tarde mudam-se para a Fazenda São Serafim, passando a viver na sede da mesma. Como a casa em que moravam estava precisando de reforma, receberam autorização para mudarem para outra casa que ficava junto a olaria.
Nessa época a sua família já havia aumentado e como havia necessidade passou a lavar roupas para algumas pessoas da cidade afim de colaborar na renda da família, dentre essas lembranças ela cita a professora Glória, esposa do sr. Jodi que muito a ajudou e que sempre a visita quando está na cidade.
Como seu esposo era trabalhador do Sr. Calheira, este cedeu um lote das terras as margens do rio para que construisse uma casa para a família. Segundo dona Nita os primeiros moradores foram os trabalhadores das fazendas do Sr. Calheira. Havia somente poucas casas a beira do rio, uma boa vizinhança.
A rua não havia calçamento em tempos de chuvas era dificil sair de casa pela quantidade de barro e lama. Como não tinha água encanada lavava-se pratos, roupas e tomava banho no rio. Lembra-se de que o rio não era coomo se encontra hoje e num gesto de saudosismo leva-me a porta da cozinha mostrando-me como o rio.
Relata que viu a rua se desenvolver e o progresso chegar até a mesma, que ali ela conhece todo mundo e sempre teve uma xícara de café ou um prato de comida para dá a que necessitasse.
Nesta ruas seus filhos cresceram, casaram e deram netos. Não sairia dessa para morar em outro lugar por nada desse mundo, quando sai a passeio retorna o mais rápido que pode.

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